E Deus, esbravejando vapores eternos de colgate total, replica:
Prefiro mil vezes a morte do que perder a vida. Mas sou a eternidade em carne e osso. Sou o osso duro de roer de todos os mistérios da miserável razão humana. Sou nuvens em avalanche em estórias bíblicas de cinema. Em sânscrito, significo “céu iluminado”. Sou então um céu cortado fora à fora de luzes e trovões. Viram só? Posso ser muito violento. E que o homem não se meta comigo. Basta me amar.
E eu me afastei dos homens? Sou um pai que pariu o mundo e sumiu? Sumi para lhes dar liberdade? E libertar é abandonar?
Vocês são os responsáveis por essa bosta toda que está isso aí. E nem venham vocês, psicanalistas, dizer que sou histérico. Só porque posso desabar o céu na cabeça de vocês de vez em quando? Posso? Posso, mas não faço. Tenho todo o poder para não usar um grama dele sequer. Poder demais é para isso, para não ser usado: basta intimidar. A posse de um poder excessivo já é a sua utilização. Sejam então filhotes obedientes e entrem em harmonia comigo, me amem.
Não estou pedindo, estou mandando. A minha própria existência é uma ordem para que eu seja amado. Do contrário, vocês estão fritos. Não preciso dizer nada, pois é o que todas as religiões que mencionam meu nome já dizem: “Ame à Deus acima de tudo, ame à Deus”. Este é o pedido desesperado de todas elas. “Mas ame através de mim, através dessa religião aqui, ó”. É, e estão dizendo, sem perceber, que não há como me amar sem um atravessador. A relação comigo nunca é direta. Eu sou esse carinha que vive mandando recados. E meus garotinhos de recado, meus mensageiros, meus carteiros, meus pombo-correios, são os caras que mais tem moral na história da vidinha de vocês, na história desse planetinha aí, ó. Só que o maior problema é que eu digo uma coisa e eles sempre transmitem outra. Mas não há como ser de outro jeito. Vocês nunca irão entender o que eu tenho a dizer. Porque eu sou complicadinho mesmo, sabe. Já tentei de tudo para descomplicar...
(a continuar...)
Prefiro mil vezes a morte do que perder a vida. Mas sou a eternidade em carne e osso. Sou o osso duro de roer de todos os mistérios da miserável razão humana. Sou nuvens em avalanche em estórias bíblicas de cinema. Em sânscrito, significo “céu iluminado”. Sou então um céu cortado fora à fora de luzes e trovões. Viram só? Posso ser muito violento. E que o homem não se meta comigo. Basta me amar.
E eu me afastei dos homens? Sou um pai que pariu o mundo e sumiu? Sumi para lhes dar liberdade? E libertar é abandonar?
Vocês são os responsáveis por essa bosta toda que está isso aí. E nem venham vocês, psicanalistas, dizer que sou histérico. Só porque posso desabar o céu na cabeça de vocês de vez em quando? Posso? Posso, mas não faço. Tenho todo o poder para não usar um grama dele sequer. Poder demais é para isso, para não ser usado: basta intimidar. A posse de um poder excessivo já é a sua utilização. Sejam então filhotes obedientes e entrem em harmonia comigo, me amem.
Não estou pedindo, estou mandando. A minha própria existência é uma ordem para que eu seja amado. Do contrário, vocês estão fritos. Não preciso dizer nada, pois é o que todas as religiões que mencionam meu nome já dizem: “Ame à Deus acima de tudo, ame à Deus”. Este é o pedido desesperado de todas elas. “Mas ame através de mim, através dessa religião aqui, ó”. É, e estão dizendo, sem perceber, que não há como me amar sem um atravessador. A relação comigo nunca é direta. Eu sou esse carinha que vive mandando recados. E meus garotinhos de recado, meus mensageiros, meus carteiros, meus pombo-correios, são os caras que mais tem moral na história da vidinha de vocês, na história desse planetinha aí, ó. Só que o maior problema é que eu digo uma coisa e eles sempre transmitem outra. Mas não há como ser de outro jeito. Vocês nunca irão entender o que eu tenho a dizer. Porque eu sou complicadinho mesmo, sabe. Já tentei de tudo para descomplicar...
(a continuar...)
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