E disse, desiludido, um poeta, querendo dar uma de padre: Pelo temor, que é vizinho da dor dos mais fracos, para poder expelir bolhas de alegria por toda a eternidade do prazer de um beijo no ponto de fogo da zona atômica da paixão; estamos novamente aqui, senhores, a anunciar a bosta do sacramento entre dois seres iludidos pela conversa fiada da promessa de um amor infalível.
E do fundo do céu, do horizonte da praia da esperança, cheia de bobs na cabeça, com o feijão no fogo, Dona Zuleica argumentava: Não, meu filho, não pense deste modo. Assim seu karma será voltar-se para o mundo de sua própria miséria de otimismo a assumir o triste fim do amor que alimenta a sua existência.
E a própria consciência, às vezes em estado de sapo, por vezes em estado de salto mortal do espírito, dizia: Quero ser mais eu, mesmo sabendo que eu já sei que eu não sou eu, e que o eu perdeu-se no fundo do que ele mesmo escondeu. Assim vou para a distância da estrada infinita de meu próprio delírio e digo pra Deus, baixinho, como se fosse seu compadre de boteco: dá um time*, maninho, dá um time...
E Deus, esbravejando vapores eternos de colgate total, replica...
(a continuar...)
*time significa tempo, em inglês
No comments:
Post a Comment