É comum, no meio psi, a sugestão genérica e vaga de que devemos pensar menos e sentir mais. O problema é que a grande maioria das pessoas que proferem esse tipo de prescrição não tem a menor ideia de onde isso provém.
É uma prescrição que possui uma raiz romântica. O movimento que questionou a racionalidade como um meio fundamental para se alcançar a compreensão do mundo, e das interações entre as pessoas, é o Romantismo.
Porém não nos esqueçamos de uma coisa: permitir a expressão de nossos sentimentos, com a perseguição de uma expressão o mais fidedigna possível, é um meio para se alcançar a razão das coisas. A razão não é somente a organização artificial que produzimos por meio do que pensamos. Existe uma razão no mundo, uma razão objetiva, de organização do mundo, e é esta razão que procuramos quando estamos querendo conhecer alguma coisa.
Nosso sentimentos são pistas e meios valiosos para começarmos nossa incursão na busca pela razão das coisas. Porém, cuidado: o coração é para se ouvir, e a razão é para se obedecer. Ouça seu coração, seu corpo e suas vísceras, toda e qualquer centelha que possa estar contrariando conhecimentos presumidamente já estabelecidos. Porém também não se esqueça que o coração, e boa parte de seus sentimentos e intuições, está calcado no viés de seu umbigo.
1 comment:
Lindo texto, Adriano. Razão e sensibilidade... Corpo e alma.
Parabéns!
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