Acho um pouco patética essa tentativa de desqualificação da leitura de audiolivros que algumas pessoas fazem. É mais ou menos como tentar desqualificar a leitura por parte de deficientes visuais. Nesse exato momento, por exemplo, estou escutando o PDF de um livro de ética utilitarista.
Por ser um texto em inglês coloquei a velocidade bem baixa, para escutar cada palavra, e conseguir compreender cada coisa que o autor está dizendo. Além, claro, de poder voltar sempre que eu não compreender o sentido de algumas frases ou parágrafos.
O fato de não perder meu tempo com autores que me parecem obscurantistas não quer dizer que não exista mais ninguém que seja profundo, e que esteja produzindo ideias e descobrindo fatos relevantes para a compreensão do mundo, da realidade, das interações humanas, e do que pode ser feito para aumentarmos a quantidade de bem-estar para todos os seres sencientes que existem no planeta.
Existe muita gente trouxa que adora a ostentação de lustres culturais, para se exibir como erudita em círculos sociais nos quais existe uma espécie de competição para se verificar quem teria lido mais livros de autores impenetráveis, e classicamente considerados (por alguns segmentos) como os mais profundos da história. Dão mais crédito para o que é pesado, prolixo e obscuro do que para exposições e debates mais francos e claros, os quais prezam pela justificação de cada ponto das alegações que fazem.
E com isso não estou querendo dizer que não existam autores que tenham um texto mais poético, o qual desperta muitos sentidos que abrem portas para uma série de reflexões. Isso também existe, mas o que estou querendo dizer é que, no meio disso tudo, também existem obscurantistas, que se escondem atrás de um texto que é somente hermético.
É para esses autores e textos que esses trouxas elitistas vivem babando ovo, para depois afetarem confusão travestida de profundidade. Constantemente confundem águas turvas com águas profundas, em uma confusão que muito beneficia seu narcisismo nesses círculos sociais restritos que cultivam a erudição como um fim em si.
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