Um MBL da vida quis certa vez encher a paciência de Einstein:
"Enquanto Einstein se preparava para a terceira visita ao Caltech, em dezembro de 1932, teve de suportar mais uma indignidade. As manchetes sobre seu futuro cargo em Princeton haviam despertado a indignação da Corporação da Mulher Patriota, grupo antes poderoso mas agora de pouca importância formado por mulheres americanas que se autoproclamavam guardiãs contra os socialistas, pacifistas, comunistas, feministas e estrangeiros indesejáveis. Embora Einstein se enquadrasse apenas nas duas primeiras categorias, as mulheres patriotas tinham certeza de que ele se encaixava em todas elas, com a possível exceção de “feministas”.
A líder do grupo, sra. Randolph Frothingham (cujo sobrenome aristocrático, em vista desse contexto, parecia ter saído da imaginação de Charles Dickens), apresentou um memorando datilografado de dezesseis páginas ao Departamento de Estado americano detalhando razões para “que se negasse a concessão de um visto no passaporte do professor Einstein”. Tratava-se de um pacifista militante e de um comunista, e as doutrinas que ele defendia “permitiriam que a anarquia se infiltrasse sem problemas”, acusava o memorando. “Nem mesmo o próprio Stálin é membro de tantos grupos internacionais anarco-comunistas dedicados a promover essa ‘condição preliminar’ da revolução mundial e por fim a anarquia total como Albert Einstein.”"
(Em: "Einstein: sua vida, seu universo", de Walter Isaacson, 2007)
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