-Queria lhe contar das minhas vitórias.
-Quais?
-Nenhuma.
-Desde o último conto que a gente não se encontra.
-Conto? O que você quer dizer com conto?
-Não sei. Essa palavra (conto) surgiu intrusa no meio da minha frase, não sei de onde. Às vezes sinto que somos somente personagens de histórias cercadas de mistério e ignorância. Escuridão e noites embriagadas pra onde quer que se dirija o olhar. Tudo se distorcendo numa eterna questão faminta por resposta.
-Intrusos?
-É. Mas isso só ocorre depois de uma certa hora da noite. É bom. Começamos a dormir acordado e dizer do vôo das corujas, o olhar dos felinos nos absorvendo. Os sonhos não suportam esperar, vão entrando nas conversas, se semeando na mesmice. E a gente pensando que é a pinga.
-Que pinga?
-Não sei. A noite embriaga, não é ?
-Isso é um sono que você pode muito bem fazer-se acreditar que cavalga uma sabedoria inerente a qualquer ser que se recuse a acreditar no começo ou fim do dia. Essa pessoa se alojaria num intervalo do tempo onde jazem suas convicções.
-É, nasce uma... uma... uma...
E João começa a soluçar indefinidamente.
-Nasce uma forma de expressão visceral. É isso - completa Mané. Somente traduzida meio que telepaticamente pela outra pessoa que ouve, sintonizada. Palavras diferentes, de dois seres diferentes se magnetizando, soltando faíscas sobre qualquer razão mais estreita, alienada das possibilidades escondidas nos escuros da noite.
Mané termina o pensamento e João não está mais ali. Coisa de segundos, o homem pulverizou-se.Ventou. Teria ele sumido naquele vento frio da madrugada? Não, voltava andando, bem em frente de Mané.
-Tú sumiste de repente, João. Assustei.
-Não se assuste, pois era somente mijaneira.
-Isso não chega a ser visceral.
-Nem sideral.
-Quais?
-Nenhuma.
-Desde o último conto que a gente não se encontra.
-Conto? O que você quer dizer com conto?
-Não sei. Essa palavra (conto) surgiu intrusa no meio da minha frase, não sei de onde. Às vezes sinto que somos somente personagens de histórias cercadas de mistério e ignorância. Escuridão e noites embriagadas pra onde quer que se dirija o olhar. Tudo se distorcendo numa eterna questão faminta por resposta.
-Intrusos?
-É. Mas isso só ocorre depois de uma certa hora da noite. É bom. Começamos a dormir acordado e dizer do vôo das corujas, o olhar dos felinos nos absorvendo. Os sonhos não suportam esperar, vão entrando nas conversas, se semeando na mesmice. E a gente pensando que é a pinga.
-Que pinga?
-Não sei. A noite embriaga, não é ?
-Isso é um sono que você pode muito bem fazer-se acreditar que cavalga uma sabedoria inerente a qualquer ser que se recuse a acreditar no começo ou fim do dia. Essa pessoa se alojaria num intervalo do tempo onde jazem suas convicções.
-É, nasce uma... uma... uma...
E João começa a soluçar indefinidamente.
-Nasce uma forma de expressão visceral. É isso - completa Mané. Somente traduzida meio que telepaticamente pela outra pessoa que ouve, sintonizada. Palavras diferentes, de dois seres diferentes se magnetizando, soltando faíscas sobre qualquer razão mais estreita, alienada das possibilidades escondidas nos escuros da noite.
Mané termina o pensamento e João não está mais ali. Coisa de segundos, o homem pulverizou-se.Ventou. Teria ele sumido naquele vento frio da madrugada? Não, voltava andando, bem em frente de Mané.
-Tú sumiste de repente, João. Assustei.
-Não se assuste, pois era somente mijaneira.
-Isso não chega a ser visceral.
-Nem sideral.
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