É incrível o nível de elaboração de muitos sonhos, seus detalhes e combinações inusitadas, e por vezes belíssimas. Os surrealistas muitas vezes buscavam alcançar esse estado de consciência para poderem produzir com mais fertilidade e criatividade, e isso faz todo sentido.
Há poucos dias, durante a madrugada, fui surpreendido com personagens inusitados e um cenário lindíssimo. Meio cômico, risível, ridículo ou brega, mas o fato é que estávamos filmando uma série americana no Alasca. Eu fazia parte da equipe de produção, não sei com qual função. Estávamos no verão, em uma casa no meio do nada, no meio da vida selvagem do Alasca, a qual dava os fundos para um lago estupendamente belo.
O personagem principal da série era muito sensível e tinha uma relação conturbada e profunda com o mundo, mas eu ainda não sabia exatamente quem ou como ele era.
- Olha lá ele, Adriano!, disse-me alguém da equipe, apontando para uma pessoa que estava há dezenas de metros, às margens do lago, contemplando sozinho a imensidão.
Fui me aproximando, e quando já estava a dois metros do grande e aclamado protagonista, ele olhou para mim, com o semblante sereno, e me fez um aceno silencioso de cabeça, com um sorriso bem discreto, suave, e voltou a contemplar a beleza da paisagem.
Era Edu, meu finado irmão...
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