"Aquele em quem o amor por si sufoca toda a afeição pelos outros é um ser insociável, um insensato que não vê que todo homem, vivendo com outros homens, está em uma completa impossibilidade de trabalhar pela sua felicidade sem a assistência dos outros. Todas as nossas paixões cegas nossos interesses mal compreendidos, nossos vícios e nossos defeitos nos separam da sociedade. Indispondo nossos associados contra nós, tudo isso os torna inimigos pouco favoráveis aos nossos desejos. Todos os perversos que são detestados vivem como se estivessem sozinhos na sociedade: o tirano que oprime vive tremendo no meio de seu povo, que o odeia; o rico avarento vive desprezado como um ser inútil, o homem cujo coração gelado não se aquece por ninguém não tem motivos para esperar que alguém se interesse por ele. Em poucas palavras, não existe na moral uma verdade mais clara do que aquela que prova que o homem em sociedade não pode ser feliz sem o auxílio dos outros." (Barão de Holbach, A moral universal, 1776/2015, p. 34, Martins Fontes)
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