Saudades de meus tempos de adolescência e juventude, quando o debate, mesmo na divergência, fluía com naturalidade. Em minha graduação, na USP, era tudo tão fluido. E agora vivo cercado por pessoas com medo do confronto de ideias, armadas até os dentes para disparar a qualquer instante alguma ofensa ou xingamento, e a interrupção repentina da conversa, como um presidente da república a fugir diariamente de entrevistas e ideias que não sejam somente aquelas que ele gosta. Inimizades que se edificam instantaneamente a partir do vazio imenso da falta de cultura democrática da qual padece a sociedade brasileira.
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