Wednesday, June 24, 2020

A covardia

Algumas pessoas, diria Gandhi, de tão fracas que são, para se sentirem fortes, precisam humilhar outras.

Não é covarde quem tem medo de alguma coisa da qual ninguém tem. Não é covarde quem tem algum tipo de fobia ou medo de algo em específico. Isso está mais para as definições de sensível ou medroso.

Covarde é o sádico, o opressor, que lambe botas de quem é mais poderoso e massacra quem tem menos poder. Lambe botas dos chefes, dos superiores, e massacra subordinados. É comum que bajuladores sejam também covardes. Além de falso apreço, com comportamento interesseiro, são altamente propensos à traição, porque prestam fidelidade somente ao poder.

A crueldade é o ápice da covardia. Bater em alguém no chão, já rendido, em quem todo mundo já está batendo, é covardia. Linchadores são fundamentalmente covardes.

Até os omissos poderiam ser vistos, em boa parte das vezes, não como covardes, mas sim como medíocres, medrosos ou temerários, cúmplices da covardia de pessoas que amiúde esses omissos também obedecerão. Porque sempre se contentaram em fazer parte de um rebanho mudo e acuado.

O contrário da covardia não é simplesmente a coragem. É, antes de tudo, a justiça, a compaixão e a generosidade. O covarde padece de uma profunda mesquinhez de espírito.

1 comment:

Anonymous said...

Muito bom