A primeira coisa é começar a tentar mudar um pouco a postura quando estiver ouvindo as pessoas relatando seus problemas. Culpá-las pelo que elas estão passando é geralmente muito ineficaz. Evite duas frases prontas que comumente saem da boca dos ouvintes nessas horas: "Você não se ajuda" e "Você precisa ser forte" ("Seja forte!").
Essas duas frases, ou qualquer coisa parecida, fazem com que você fique mais distante dessa pessoa. Vai fazer com que ela até comece talvez a evitar você. Porque essas duas frases são aversivas. Estão colocando todo o problema nas costas delas mesmas, e não estão oferecendo praticamente solução alguma. Acrescentam problemas. Fazem com que elas se sintam culpadas e desamparadas. Procuraram ajuda e encontram alguém que lhes aponta o dedo na cara, dizendo que a culpa é delas. Isso não é ajuda, não é solução pra nada.
Tente ouvir a pessoa tentando descobrir mais profundamente o que está acontecendo. Tente buscar por determinantes do que está ocorrendo. Quanto mais você perguntar e tentar entender os detalhes, mais facilmente vocês dois encontrarão, talvez, algumas alternativas.
Quem está com dificuldades precisa se sentir à vontade para relatar o que está acontecendo, e essa pessoa somente irá se sentir à vontade se você demonstrar que aceita o que está acontecendo e o que ela sente. Se você for capaz de demonstrar que compreende por que essa pessoa está se sentindo assim (porque ela de fato tem os motivos dela para estar se sentindo assim) já é alguma coisa.
Então boa parte dos procedimentos relacionados a ajudar efetivamente alguém tem relação com a postura que você terá nessa interação com essa pessoa que está precisando de ajuda. É importante ter uma postura receptiva e não-punitiva. Quanto mais a pessoa se sentir à vontade mais profunda e verdadeiramente vocês dois (duas) mergulharão nas questões e nos problemas que ela está relatando.
Então não tem jeito: tem que escutar com amor, com aceitação, com paciência, com o espírito aberto para o que está vindo de quem fala de suas dificuldades e sofrimentos. No final das contas quem governa uma boa relação de ajuda é o amor, o amor bem feito, o amor no lugar certo, o amor com técnica, ou então é um conjunto de técnicas que no final das contas a gente até pode chamar isso de amor.
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