Futebol é o jogo surpreendente com uma bola que rola. Com alguma avalanche de pedras que se anuncia nos declives de nossas angústias e desesperos. É um jogo difícil, jogado com os pés. Há algo meio primitivo ou selvagem nisso. A bola não pode ser manuseada. As mãos, que constroem e constituem o mundo humano, tão caracteristicamente humanas, não entram na equação. E mesmo assim é uma encenação quase perfeita da vida, cuja finitude não pode ser manipulada. Porque nessa vida, com todos seus revezes, acasos e surpresas, apesar das mãos e de todo o seu poder, a gente precisa também se jogar e jogar com os pés.
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