Quem não enlouqueceu, duvida de si mesmo, de seus pensamentos extremos, de suas hipóteses mais arrojadas ou bizarras.
Quem não enlouqueceu se preocupa, e muito, muitas vezes, com muito pouco, mas percebe, em vários momentos, que isso é ridículo, mesmo não conseguindo deixar de se preocupar.
Quem não enlouqueceu consegue formular as possibilidades mais absurdas e fantásticas, mas consegue compreender que são somente algumas possibilidades dentre inúmeras outras mais cabíveis e sensatas.
A saúde mental talvez esteja em um gosto maior pela investigação do que pelo saber, diante do pântano infinito de nossa ignorância. Porque quem não enlouqueceu percebe essa fragilidade, essa impotência fundamental.
1 comment:
Muito bom André, obrigado por compartilhar essa introspecção inquietante.
Sou acometido constantemente por tais indícios de loucura, seduzido frequentemente pela aceitação de uma "verdade ou certeza". Quando na realidade, elas nos fogem.
Como diria Carl Sagan: nunca compreenderemos a realidade em sí, somente diminuiremos os erros com as gerações futuras.
Um grande abraço, Robson.
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