Acho que Jean deveria ter questionado o porquê de Bolsonaro estar filmando. Deveria ter pedido para ele parar de filmar. Ou então deveria ter deixado a conversa rolar, acontecer.
A minha impressão é a de que os efeitos dessa atitude de Jean não são bons para a imagem dele ao olhar do leigo, o qual forma uma parte muito grande do eleitorado brasileiro.
Existe uma coisa muito importante, inclusive em política: estratégia. Esse comportamento do Jean somente convence quem já está do lado dele. E, infelizmente, Bolsonaro marcou um gol aí. Teve mais estratégia. Já possui mais eleitorado e terá ainda mais depois de um vídeo desses.
Jean deveria ter apontado que o cara estava filmando e queria provocar algum tipo de entreveiro. Jean deveria ter feito isso com calma, com um pouco mais de jogo de cintura, com sangue frio. Ficar simplesmente fazendo um discurso que somente convence quem já está convencido é furada. Tem que reconhecer que errou em não ter sido mais estratégico, malandro. Importante, claro, é sabermos sim que errou numa condição extrema, muito difícil, em que era necessário ter sangue de barata. Mas para isso existe treinamento, experiência política, experiência de vida, maturidade.
Acho triste que Jean não tenha percebido isso ainda. É importante observar a situação e perceber que mesmo em situações extremas poderíamos ter agido de forma mais eficaz. E não é isso o que ocorre. Em seu perfil do Facebook, Jean tentou simplesmente reproduzir o que Pagu fez em um contexto de ditadura (se não me falhe a memória e a leitura dinâmica), de guerra.
Em um contexto democrático acho que a coisa muda completamente de figura. Alguém que está preso, sendo torturado, se negar a cumprimentar, a dar a mão para o carrasco, pode até fazer todo sentido, mas não é o caso do que ocorreu nesse avião com Jean Wyllys e Jair Bolsonaro.
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