Tuesday, February 03, 2015

Doenças autoimunes e evolução

Há evidências de que uma série de características autoimunes são mais antigas do que imaginávamos. Em um contexto rico em micróbios patológicos (como era o contexto paleolítico), um sistema imunológico mais agressivo funcionaria para muitas pessoas como uma proteção.

Seria mais ou menos esse o cenário para alguns humanos durante o período paleolítico. Ao contrário do que ocorre hoje, esses seres humanos não padeceriam de sua condição, já que habitavam um ambiente microbiologicamente muito mais diverso, com a grande maioria dessas populações sendo hospedeiras inclusive de vermes.

Isso de certa forma é o que é postulado pela primeira teoria da higiene, proposta no final da década de 80.
Contudo há também uma teoria posterior, a qual vem sendo mais aceita, que é a teoria da diminuição dos microbiomas e de sua diversidade.

Em um contexto paleolítico ou até mesmo há cerca de 80 a 100 anos atrás, havia mais diversidade microbiológica em nosso mundo. Zonas rurais, com criação de animais e zonas de mata possuem maior diversidade microbiológica e menor incidência de doenças autoimunes em suas populações humanas.

Ou seja, se a predisposição às doenças autoimunes existe, muito possivelmente sobrevivou à seleção natural, há vários milênios. A diferença é que nosso mundo físico e microbiológico mudou bastante. Logo a expressão dessas características também se altera, produzindo hoje doenças, as quais no passado não passavam de algumas condições que possuíam vantagens adaptativas.

A partir dessas evidências fica mais claro o motivo pelo qual algumas pessoas possuem carência de vermes. Sem eles, elas padecem.

http://www.medicalnewstoday.com/releases/288703.php

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