Tuesday, February 18, 2025

A maldade

Há pessoas, muitas pessoas, que sei que não são más. Ou não são terrivelmente más. Mas que já me fizeram muito mal. Por medo ou mágoa de mim. Por ignorância ou egoísmo. Por pequenez de consciência. Ou talvez mesmo por terem razão, por eu merecer e não saber.

E há pessoas que pouco conheço e que nem tenho coragem de conhecer melhor. Porque infelizmente tive delas indícios, para mim muitos sérios, de que são realmente maldosas. Quando vejo o que me assusta, crio uma barreira protetora, raramente criada entre mim e qualquer pessoa, porque sou um ser tranquilamente aberto ao contato humano, para conhecer melhor quem quer que seja.

E essa barreira felizmente me transforma por completo. Adquiro, espontaneamente, a capacidade de ficar, imóvel, porque acende-se um alerta de perigo, a me avisar constantemente que com aquela pessoa devo ter muito cuidado. 

Nunca me fez mal algum, mas diante dela coisas horríveis ocorreram. Têm cheiro de algo muito errado. Estão sempre no centro de alguma confusão, no meio de transações obtusas, de jogos ardilosos de poder. Desprezam, tratam com violência e sorriem sadicamente para os vulneráveis. São afáveis e calorosos com pessoas poderosas. 

Com quem se comporta assim, sinto que todo cuidado é pouco. Somente observo. E tento tocar o rebanho inocente de minha vida adiante. Porque também sei o quanto sou vulnerável e você, pessoa malvada, que se regozija em ser assim, você não me engana.

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