São pessoas que tentam nivelar o mundo por baixo, pela miséria, por sua própria miséria pessoal. Não conseguem compreender o que seria necessário para também alcançarem aquele admirado estado de bonança ou de bem-estar. E mesmo que de fato exista injustiça, não conseguem compreender quais são as causas dessa injustiça.
É muito nesse contexto que se forma o ressentimento. Existe a raiva, que é somente uma emoção, e geralmente passageira. Existe o ódio, que é o cultivo da raiva. E existe o ressentimento, que é o cultivo do ódio. O ódio do ressentido é plantado, colhido, descascado, fatiado amassado, fermentado, temperado e cozido durante meses, anos a fio. É sentir, e sentir novamente, por uma infinidade de vezes.
É a vingança colocada no centro e no sentido da vida. É obsessão pelo outro como o sentido da própria vida. Não para ajudá-lo, acolhê-lo ou acalantá-lo. É a obsessão por um outro fantasmático, superdimensionado. É o mote de vida de gente miserável e geralmente boba, muito boba, que muitas vezes se orgulha de sua própria ignorância, de suas próprias tolices, como se essas fossem virtuosas. Justificam sua ignorância e tolice como uma espécie de espírito prático e resolutivo.
É olhar para o outro, que está bem e não entender absolutamente nada, tendo somente como propósito a reivindicação de alguma justiça que fica longe de ser produzida no horizonte míope de quem não entende minimamente os motivos de tal assimetria ou desigualdade. É a perspectiva viciosa da busca de igualdade pela destruição de tudo.
O ressentido não sonha com um mundo melhor. É um tolo que percebe o sofrimento e a miséria somente na linha d'água de seu próprio umbigo. É incapacitado para empreender esforços na direção de uma sociedade mais igualitária, porque não foi disso que se alimentou durante boa parte de sua vida. Durante muito tempo foi doutrinado para dividir o mundo entre vencedores e perdedores e achar que esse é o espetáculo da existência humana.
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