A queixa que mais ouço de pessoas que se frustraram com psicoterapia é a de que nunca tinham uma orientação mais clara ou direta de seus terapeutas.
Diziam
simplesmente não entenderem o que estavam fazendo ali, porque falavam o tempo
todo e o terapeuta não falava nada. Ou então perguntavam sobre alguma coisa que
não sabiam, e o terapeuta continuava se abstendo de responder ou orientar.
Para
algumas pessoas esse procedimento funciona, mas para muitas delas não é o caso.
E assim muitas terapias vão se arrastando, e o próprio terapeuta não se dá
conta, ou parece não querer se dar conta de que não estão ocorrendo progressos.
Ou então não tem conseguido comunicar isso ao paciente.
E se de
fato não estão ocorrendo progressos, se a terapia não sai do lugar, se aquele é
um espaço onde o paciente está sentido que nada de muito significativo está
sendo feito, e se o terapeuta já fez o que pôde para alterar a situação e não
conseguiu, talvez seja importante que esse terapeuta perceba seus próprios
limites, que ele não está conseguindo dar conta do recado.
E
quando o terapeuta percebe seus próprios limites, e deixa isso claro na
relação, mostrando claramente que não está mais conseguindo ajudar seu
paciente, conseguindo comunicar isso claramente, novas portas se abrem,
inclusive a porta do encaminhamento. Porque é muitas vezes em situações assim
que o encaminhamento é o mais recomendável, o mais ético.
Porque
ninguém aguenta, durante muito tempo, sentir que vem interagindo, conversando,
por meses a fio, com uma porta. O paciente vai embora, e não indicará esse
terapeuta para outras pessoas.
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