Minha vida vale a pena porque amo muito algumas pessoas e sou amado por elas. Viver e bem, no meu caso, é um imperativo moral. Devo me manter vivo e saudável para dar e receber o amor dessas pessoas. Essa pra mim é a grande diferença entre estar vivo ou morto. Minha morte geraria muito sofrimento para essas pessoas, as quais posso contar nos dedos de uma mão. Para o restante das pessoas desse mundo sou tranquilamente substituível.
Vou ser ainda mais claro.
Se alguém chegasse agora pra mim e me dissesse: “você vai morrer, vamos apagar você, instantaneamente, sem dor”.
Nesse caso, minha maior aflição seria imaginar como minha mãe iria viver com isso, com mais um filho morto. Depois eu pensaria em minha filha e minha esposa. Essas três pessoas são as que mais iriam sofrer com a minha morte. Elas me motivam a viver, pelo que posso fazer por elas.
Não penso em outra coisa. Não penso que sou jovem, que teria muito ainda para curtir, aproveitar. Nada disso! Não tenho muito o que curtir ou aproveitar. Não penso assim. Quando penso somente em mim mesmo, sinto que tanto faz estar vivo ou morto. Se eu pensar somente em mim mesmo, vou desejar intensamente a morte!
Morrendo, por mim mesmo não haveria o que lamentar, pois não haveria eu algum para lamentar, estaria morto. E não haveria também mal algum, pois já estaria morto. O grande problema da morte é para quem fica vivo, sem aquele que ama.
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