As pessoas se perguntam muito sobre isso, sobre crenças. “No que você acredita?”; “Qual é a sua religião?”. E nem sempre estão preparadas para ouvir a resposta, nem sempre são tolerantes para com as diferenças e liberdade de crença.
Mas tenho nessas horas um prazer especial em responder com toda a sinceridade possível, com toda a sinceridade irônica possível, indo direto ao ponto, sem rodeios:
“Não acredito em nada de sobrenatural, nada! Não acredito em espírito, alma eterna, Deus, ou qualquer baboseira desse tipo; com a devida exceção, obviamente, aos duendes e às fadas madrinhas.”
E muitos se assustam, do começo ao fim:
“Como assim? Você acredita em duendes e fadas madrinhas?”
“Sim. Sou devoto fervoroso de “Fradinho da mão furada” e “Zanganito”. Minhas padroeiras são Melusina e Lorelei.”
E há pessoas que insistem em não entender a piada:
“Mas não tem cabimento. Você diz que não acredita em Deus e acredita em duendes. Isso não tem sentido.”
Finalizo a conversa com carinha de ofendido:
“Eu acho que você está me ofendendo, ofendendo minha crença e meus deuses, meu querido. Respeito é bom e eu gosto”.
Saio sem dar satisfações e encarnando o ofendido. Uma ou outra pessoa espalha que acredito em duendes, que não bato bem, e assim, de modo excitante, as mitologias sobre a minha pessoa vão se difundindo. E, como sou bem ambicioso, de mitologia em mitologia, uma hora eu monto uma nova religião.
4 comments:
Boa !!!
Infiel!
Sentirás a ira das hordas dos devotos de wanderclay, a divindade dos bueiros voadores!
Infidel!
Hehehehehe, vc é mau!!!!!
Meu corpo é perfeito.
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