ESTÓRIAS DE VÔ TENOR 6

Foto: "Italian Mafia". Vô Tenor (ao fundo) e Tenorzinho (meu pai).

Estávamos na copa da casa de minha avó. Assunto: tóxicos. Ou melhor, como dizem muitos: “tóchico”. As temidas e abomináveis drogas. “Como o nome já diz...”, alguns falam. E aí não agüento: “Então nunca mais entre em uma drogaria. Porque é isso que você encontra lá...”. Para a sorte dos meus ouvidos minhas tias não falavam “tóchico” e nem pronunciavam tal sentença.

Conversa vai, conversa vem. “Maconha é uma droga perigosa”. “Não é”. “É uma droga leve”. “Aí é que está o perigo”. “Não, é leve, sei do que estou falando”. “Mas e o filho da fulana, que acabou com a vida, afundou no vício?”.

De repente, minha avó, vindo da cozinha, irrompe na copa, a falar: “Que droga leve o quê. Esse aí, ó, chegava todo dia em casa, louco, louco!”, apontando para o quarto em que meu avô dormia.