No CAPS tenho uma paciente que é muito divertida.
Uma vez ela me deu bom dia e logo perguntou como é que estavam meus oxiúrus. Porque ela de fato sabe que eu faço a terapia helmíntica, e sabe que perguntar dessa maneira, como se eu tivesse oxiúrus, é realmente para me sacanear.
Respondi que eu fazia mesmo a terapia helmíntica, que eu tinha de fato vermes no bucho, mas que não tinha todo esse fogo no rabo.
Há poucos dias ela ficou dizendo, repetidas vezes, que eu tinha de ir ver como estava o bazar do CAPS, que eu tinha de aparecer lá para prestigiar o evento. Aí eu lhe disse que eu já tinha ido lá, e que eu já tinha comprado algumas coisas. Ela me perguntou o que eu tinha comprado, e eu prontamente lhe respondi, bastante sério, e na frente de outros pacientes, que eu tinha comprado algumas calcinhas pra mim.
Ela é muito divertida, e desperta isso nas pessoas, que geralmente ficam mais divertidas perto dela. É uma maravilha!
Então, como brinco muito com alguns de meus pacientes, um colega, psicólogo, me perguntou como concilio as brincadeiras e "gozações" com a manutenção de minha autoridade na relação com eles.
Respondi-lhe assim:
"Já testei minha autoridade de tudo o que é jeito, tentando levá-la ao limite, mas ainda não encontrei esse limite. Só perco autoridade quando perco o vínculo afetivo. Isso geralmente ocorre com pacientes que foram frustrados por mim, antes de haver apego."
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