Se nas batalhas do dia-dia, em seus conflitos pessoais cotidianos, você praticamente não sente tristeza, ou está cortando cabeças e arrebentando com as pessoas, ou você é um sábio das relações humanas que não pode se furtar de transmitir seus preciosos conhecimentos para todos aqueles que apanham duro, todos os dias, nessa jornada que é lidar com pessoas e viver em sociedade.
No dia-dia a gente toma porrada, muita porrada. O que não falta é gente grossa, ríspida. E tomar porrada dói. A consequência menos ruim do revide é um bate-boca rivalizado, com duas pessoas da mesma categoria, com forças equivalentes. As duas tentam se ferir e o equilíbrio da situação anestesia os golpes. O problema é quando ocorre assimetria. Aí arrancamos cabeças e machucamos pessoas. Pais fazem muito isso com os filhos, homens com mulheres, caras fortões com magricelas e mulheres... Nesse caso, para não machucar, temos que engolir alguma coisa, e isso gera tristeza. Faz parte.
Os mais frágeis também precisam engolir, senão se machucam muito. Existe a assertividade, mas nem sempre há tempo e contexto pra ela. Às vezes só nos resta mesmo o silêncio e lidar com a dor.
Acho que a tristeza é inevitável e muitas vezes saudável: para pensar melhor, refletir, ponderar, analisar, tentar entender, esperar. Tudo isso faz parte do amadurecimento. Mas a sabedoria também é possível. Ela não elimina a dor, a tristeza, mas consegue aliar lucidez com alegria.
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