Algumas coisas têm me incomodado muito ultimamente. Ódio e fofocas, por exemplo, principalmente em ambientes de trabalho. As pessoas se juntam pra fazer a cabeça umas das outras, contra outras, inventando mil coisas, ou exagerando esse ou aquele traço. Estou muito triste e cansado de conviver com esses conluios, seja onde for, os quais ficam destilando veneno e aumentando conflitos e relações de assédio, marcadas pela perseguição, pelo ódio.
Muitas pessoas, com dificuldades para resolver pessoalmente as diferenças, resolvem cultivar a maledicência. E pior, às vezes onde havia somente uma pequena dificuldade, as distorções se agigantam e desembocam em inimizades, em que um demoniza o outro. Isso tudo produz rupturas com a realidade, com a possibilidade de uma convivência mais rica, dinâmica e harmoniosa.
Há poucos dias, coordenei uma oficina de resolução de conflitos. Trabalhamos comunicação efetiva, linguagem focada em sentimentos, reflexão de sentimentos, saber pedir desculpas (mesmo quando temos a convicção de que estamos certos), evitar a maledicência. A oficina foi divertida e rica, em boa medida. Mas havia uma ou outra pessoa que fazia questão de mostrar que não era do tipo que abria mão de sentir ódio.
Sim, isso existe: pessoas que sentem ódio com muita frequência. Pessoas que têm o ódio como um sentimento central em boa parte de seus comportamentos, como um fator fundamental em sua motivação nesse mundo e nessa vida. Pessoas cuja diversão é destilar veneno e bater em cachorro morto. A vitória do prazer em destruir e massacrar. A vitória do prazer em agredir, em fazer mal.
É sério, conheço pessoas que sentem ódio e se vingam, desproporcionalmente, por besteiras. Arrebentam com outras pessoas por coisas irrisórias. Acumulam poder, do dinheiro, poder político, e mesmo do alto de seu conforto transbordante continuam a se incomodar com qualquer moribundo solitário que tenha lhe esbarrado despropositadamente pelas esquinas da existência.
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