Friday, December 21, 2012

Os rodeios bizarros de minhas memórias


1. Antes de ser alfabetizado, a palavra sábado, para mim, em minha memória, era um pedaço grande de carne de boi, crua, pronta pra churrasco; além, óbvio, de eu saber que eu era um dia de nossa semana. Mas vinha sempre associado com a imagem da carne pra churrasco.

2. Com a alfabetização, as imagens sofreram variação e adquiriram legenda escrita.

3. Tenho mais facilidade de me lembrar de detalhes de histórias de pacientes, se eu entrar mentalmente em algumas ruas da cidade. Deixei muitas histórias deles ali, nas ruas da cidade, em várias esquinas e cantos delas.

4. Para me lembrar do que fulano falou no vídeo X do YouTube, preciso me transportar para o supermercado aqui da esquina, pertinho de casa, pois foi caminhando por ali que pensei sobre o que esse sujeito disse de modo mais profundo ou sensibilizado.

5. E o outro sujeito começou sua história a falar de sua internação no hospital, mas depois falou da briga com o vizinho, da morte da bezerra e mais um monte de coisas. Mas não teve jeito, deixei tudo isso na frente do hospital e nas ruas que o cercam. Se eu quiser me lembrar disso tudo, em detalhe, preciso caminhar mentalmente por essas ruas.

6. E ontem, ouvindo um outro sujeito a falar do assunto Y, não teve jeito também: fui mentalmente até a esquina do outro lado de minha casa e deixei a memória guardada lá. Consigo recuperá-la olhando (mentalmente) de cima de um prédio, no qual nunca estive...

2 comments:

Anonymous said...

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Homem sem face said...

seria esse seu palácio da memoria ?