Há pessoas que são tão tímidas, mas tão tímidas, que quando você olha pra elas, ou percebem que estão sendo observadas, começam a se comportar como se fossem figurantes de novela.
CRÍTICA DO SENSO COMUM E PROSA - Quem quiser adquirir o livro, acesse o link do canto superior direito
Monday, January 30, 2012
Sunday, January 29, 2012
Dicionário do nonsense poético (várias letras e definições)
1. a verdade de uma cabeça blindada.
2. salva-vidas da ignorância .
Uma estradinha pro inferno , iluminada de dor
O exército da paciência depois da explosão de uma bomba atômica dentro do olho .
O mar da alegria respirando
Nonsense:
Se masturbar com alicate , chave de fenda e furadeira .
Fome:
Um mundo inteiro a se retorcer e explodir no olhar esbugalhado da vida amputada.
É sempre a parte de fora, a filha do frio.
Dicionário do nonsense poético (letra A: Alma)
1. miolo da eternidade engarrafado no narcisismo .
2. luz de pedra no ponto mole da humildade .
3. uma promessa , como tudo nessa vida .
1. oceano da vida interior .
2. célula da eternidade .
Versinho clariciano - Espera de gelo
Espero, como quem cumpre o ritual de uma girafa bêbada, tentando quebrar a barreira do som do que eu poderia ter dito na trilha da vertigem.
Thursday, January 26, 2012
Os horrores de uma UTI: distanásia
UTI pode ser pior do que tortura. Manter vivo, ou ressuscitar repetidamente pacientes terminais e em sofrimento extremo, pode produzir mais sofrimento e dor do que muitos dos piores métodos de tortura já inventados pela humanidade.
Desde que as UTIs foram criadas, na segunda metade do século XX, muitas vidas foram salvas e plenamente recuperadas graças a elas. Por outro lado, a sobrevida, ao alcançar possibilidades indefinidas, pode também gerar muito sofrimento. Pode gerar sofrimentos absurdamente intensos e raramente experimentados antes da criação da terapia intensiva.
Se antes o tempo médio de morte era de cerca de 5 horas, com as UTIs ele se torna muito mais longo e muitas vezes indefinido. Em um ambiente de terapia intensiva é necessário se distinguir pacientes que estão morrendo de pacientes que estão parando. Parada e morte são conceitos distintos, e essa distinção entre uma coisa e outra talvez seja crucial para se distinguir também entre sofrimentos evitáveis e inevitáveis.
Os métodos de tortura medievais costumam ser os mais notórios por sua crueldade e engenhosidade. Na Idade Média, contudo, durante tortura, quando a vítima parava (geralmente por parada cardiorrespiratória), a tortura acabava, pois ocorria a redenção da morte em seu curso natural. Em uma UTI isso não ocorre. Muitos pacientes terminais, em sofrimento contínuo e extremo, param, e quase sempre existe um “cristão” para trazê-lo de volta. As ressuscitações podem ser repetidas indefinidamente, mantendo viva uma pessoa que possui, neste contexto, uma vida absolutamente miserável e marcada pelos sofrimentos mais intensos que podem existir. E isso possui um nome técnico: distanásia.
E a distanásia, o prolongamento indefinido da vida (e muito geralmente contra a sua vontade) e do sofrimento de quem já está condenado a morrer, não é algo incomum. No contexto brasileiro, possui uma incidência maior que a eutanásia e a ortotanásia.
E os argumentos falaciosos a favor da distanásia se resumem a um só: “a vida humana é sagrada”. Ou seja:
3. Deve ser vivida a qualquer custo.
Contudo, como já argumentei antes, a distanásia produz muito mais custos humanos do que benefícios (se é que produz algum benefício), seja para o próprio sujeito que está morrendo ou para a sociedade:
É mais antiética, antieconômica e antiecológica, pois não elimina sofrimentos evitáveis e é antipática ao sofrimento do outro. O paciente terminal que é mantido vivo, e sofrendo intensamente, ocupa o leito de pessoas que poderiam ser salvas e plenamente recuperadas. Isso tudo implica em perdas humanas e sofrimentos dobrados; em inversão de prioridades; em desrespeito pela vontade de muitas pessoas que optariam por ter seu sofrimento abreviado; e em um custo ambiental também grande, já que uma UTI consome grande quantidade de recursos naturais e energia, produzindo lixo hospitalar (não-reciclável) em excesso.
Marcadores:
Bioética,
Ética,
Sofrimento,
UTI,
Vida e morte
Monday, January 09, 2012
Entrevistas com Comte-Sponville
Para quem ainda não conhece este importante pensador, é uma oportunidade muito interessante de introdução às suas ideias:
Para o El País:
http://www.ihu.unisinos.br/noticias/12366-a-economia-de-mercado-nao-e-suficiente-para-criar-uma-civilizacao-entrevista-com-andre-compte-sponville
A tradução é do "Centro de Pesquisa e Apoio aos Trabalhadores" (CEPAT), da Unisinos.
Outras entrevistas:
Marcadores:
Felicidade,
Política,
Religião,
Sentido da vida,
Tolerância,
Virtudes
Subscribe to:
Posts (Atom)