Deserto,
o ar parado,
entre
meu olhar
e
o
teto.
Deserto,
o meu pensamento,
sem morte,
nem projeto.
Deserto,
o meu corpo largado,
sangrando aberto,
às traças do quarto.
Deserto,
o olhar do mendigo,
engolindo um grito,
dormindo e acordando comigo,
ruminando desertos.