As coisas não melhoram porque você ficou mais otimista. Você ficou mais otimista porque as coisas melhoraram.
Geralmente não basta recomendar que as pessoas sejam mais otimistas. O mundo, as relações com o mundo, precisam se alterar e, se alterando, é assim que as pessoas naturalmente ficam mais otimistas.
Acreditar não é causa de comportamento, acreditar já é o resultado, a consequência de algumas relações com os outros e com o mundo. Dizer que as pessoas precisam acreditar é muito pouco. Precisamos fornecer as condições adequadas para que as pessoas comecem a acreditar. Elas começam a acreditar se essas condições se formam. As condições primeiro se formam, e aí sim elas começam a acreditar.
Recomendação de mais otimismo costuma ser algo muito pouco efetivo e forçado, principalmente se vier alguém com quem não temos vínculo, que não nos conhece ou não conhecemos suficientemente para poder confiar e poder contar com essa pessoa, caso as coisas não dêem certo.
É somente entrando em contato com a realidade, com as contingências que a própria situação vai impondo, que você vai acreditar que uma hora pode conseguir ou não alguma coisa nessa vida.
O sentimento de crença depende de como a pessoa vai se envolvendo com a situação que a desafia. É muito difícil acreditar se não houve preparo para isso. Acreditar não é algo que brota do nada. Brota de ambientação.
Fora o fato de que também haverá crenças completamente deslocadas da realidade, crenças falsas, que somente estão baseadas no incentivo enganador de algumas pessoas que geralmente estão abusando de quem acredita.
Portanto: falsas crenças e otimismo forçado não fazem verão.