De imediato, já podemos dizer o seguinte: essa frase não tem sentido. É um paradoxo. E paradoxos, para boa parte da lógica, são simplesmente enunciados sem qualquer sentido. Se tudo é relativo, logo este enunciado também o é, e assim nem tudo é relativo. Ao dizer isto, não estamos dizendo simplesmente nada. Há contradição: tudo e nem tudo é relativo. Resumindo: besteira.
Melhor dizer outra coisa: dizer, talvez, que é sempre importante analisar o contexto, ou tentar ser mais específico. Porque a relatividade existe sim, assim como o absoluto.
E alguns ainda arriscam: “não existem verdades absolutas”. Nada disso. Existem sim: são, por exemplo, as verdades por definição. “Todos os homens são mortais”. Esta é uma verdade absoluta. Alguém poderia objetar: “E se encontrássemos, em algum outro ponto do universo, um homem imortal?”. Resposta: já não seria homem, seria outra coisa. O homem, por definição, é mortal. Assim como o fato dos triângulos possuírem três lados: outra verdade absoluta, por definição. Se possuir um número diferente de lados, já não é um triângulo.
Outra pérola que li estes dias, em um marcador de página de uma grande e pomposa livraria brasileira: “Fatos não há, somente interpretações”. E pior, tal frase era atribuída a Nietzsche. Sim, ele pode muito bem ter proferido este enunciado. Mas assim, fora de contexto, como a livraria reproduziu?
Pura besteira. Se tudo fosse relativo ou se fatos não existissem, convenhamos, o mundo seria um caos total. Como fazer ou reivindicar justiça sem fatos ou qualquer quinhão de absoluto?
Como debater o que quer que seja? O próprio debate os supõe. Isso tornaria impossível o conhecimento, além de dar razões à prática e justificativa do mal ou à extinção da moral, da ética. Desse modo, a versão do criminoso, do corrupto, teria o mesmo valor da versão de suas vítimas, apesar dos fatos estarem do lado das últimas.
Como dizem os anglófonos: “bullshit”...
Podcast com comentários:
Melhor dizer outra coisa: dizer, talvez, que é sempre importante analisar o contexto, ou tentar ser mais específico. Porque a relatividade existe sim, assim como o absoluto.
E alguns ainda arriscam: “não existem verdades absolutas”. Nada disso. Existem sim: são, por exemplo, as verdades por definição. “Todos os homens são mortais”. Esta é uma verdade absoluta. Alguém poderia objetar: “E se encontrássemos, em algum outro ponto do universo, um homem imortal?”. Resposta: já não seria homem, seria outra coisa. O homem, por definição, é mortal. Assim como o fato dos triângulos possuírem três lados: outra verdade absoluta, por definição. Se possuir um número diferente de lados, já não é um triângulo.
Outra pérola que li estes dias, em um marcador de página de uma grande e pomposa livraria brasileira: “Fatos não há, somente interpretações”. E pior, tal frase era atribuída a Nietzsche. Sim, ele pode muito bem ter proferido este enunciado. Mas assim, fora de contexto, como a livraria reproduziu?
Pura besteira. Se tudo fosse relativo ou se fatos não existissem, convenhamos, o mundo seria um caos total. Como fazer ou reivindicar justiça sem fatos ou qualquer quinhão de absoluto?
Como debater o que quer que seja? O próprio debate os supõe. Isso tornaria impossível o conhecimento, além de dar razões à prática e justificativa do mal ou à extinção da moral, da ética. Desse modo, a versão do criminoso, do corrupto, teria o mesmo valor da versão de suas vítimas, apesar dos fatos estarem do lado das últimas.
Como dizem os anglófonos: “bullshit”...
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